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sábado, 12 de janeiro de 2008

História de um esquiador de sucesso

Durante minha viagem para Bjouli no natal, tive a oportunidade de praticar Slalåm ski. Trata-se de uma modalidade praticada geralmente nas montanhas em que você desce fazendo curvas pelo caminho para controlar a velocidade.

Ao contrário do Cross-Country, você não precisa fazer força. A única coisa é administrar a velocidade e manter o equilíbrio, fazendo do Slalåm bem mais atrativo e divertido. E quando você chega lá em baixo, a única coisa que precisa fazer é pegar o elevator e começar de novo

No meu primeiro contato com Slalåm ski, tive vários problemas em fazer as curvas, muitas vezes adquirindo uma velocidade muito grande e consequentemente um tombo muito grande. Aliás não sei como ainda não quebrei nenhuma perna ou braço aqui, pelo tanto de tombos que tomo, não só esquiando mas na rua também com o gelo que é formado nas calçadas.


Mas nada que algumas dicas e ajuda do meu pai não resolvesse. Cheguei em Bjouli como um completo amador e saí como o melhor sanjoanense na modalidade! James Bond não é mais um desafio para mim!



Brincadeiras a parte, me sai muito bem mesmo. Ainda tivemos a sorte que no Rotary daqui tem um homem que trabalha no Hafjell, um centro de esqui em Øyer que é referencia na Noruega. Esse homem (que eu não me lembro o nome) cedeu a todos os intercambistas do Rotary o cartão que da direito a acesso durante toda a temporada. O preço desse cartão não sai por menos de NOK 3000,00 ou R$ 1000,00.

Terça, Quarta e Quinta são os dias que o Hafjell abre a noite, fazendo eu sair da escola, comer alguma coisa e ficar esquiando por algumas boas horas lá. Esquiar a noite é muito bom, pois as pistas são bastante iluminadas e não tem muita gente, deixando a neve bem suave e própria.

Slalåm esqui é sem duvida mas divertido e emocionante que Cross-Country, mas a prática é muito cara. Um par de esqui custar cerca de R$3000,00, mais equipamentos de segurança, como óculos e capacetes pode sair por R$5000,00. Sem contar que ao contrário do Cross-Country, os lugares para para Slalåm são privados e você certamente terá que pagar algum valor para poder frequenta-los, como em hafjell.

Desabafo de um esquiador frustrado

Minha primeira experiência com esqui aqui na Noruega foi no final de dezembro, em Sjusjøen, como postei o vídeo aqui no blog.

A modalidade praticada naquele dia com meu então pai Ragnar, foi o Cross-Country ski, também conhecido com esqui clássico. Nesse tipo de esqui, você trabalha com quase todos os músculos do corpo, principalmente com os braços, pois é de lá que sai a força para dar impulso é você se deslocar para frente. Quinze minutos de Cross-Country é o suficiente para você dar entrada em algum hospital por exaustão.



Nas pistas há um tipo de canaleta, um para cada pé, para "facilitar" o percurso e para você "não" se preocupar em tomar o rumo errado dentro da pista. No vídeo, por se tratar de uma competição profissional, eles não usam as canaletas, mas elas podem serem vistas, no chão ao lado direito.

O problema é quando, em algum trecho, por alguma razão, estas canaletas não existem, fazendo você perder totalmente a estabilidade e o rumo que está tomando.

Se por acaso, você inclina seu corpo para um dos lados, seu pé fica preso nessas canaletas, pois sua função é exatamente impedir que os esquis saiam para os lados, aumentando em 99% sua chance de levar um tombo. Os esquis de Cross-Country são muito longos, chegando a quase 2 metros de comprimento, tentar andar normalmente com eles nos pés é uma tarefa impossível.

Quando nos deparamos com uma descida e com curvas ao mesmo, tempos que levantar nossos pé, tira-los da canaleta, brecar e virar ao mesmo tempo, tudo isso em velocidade de descida. Resultado: um belo de um tombo no final da ladeira e algumas marcas roxas pelo corpo.

O Cross-Country é uma modalidade recomendada para quem deseja adquirir balanço e resistência física. Mas definitivamente não recomendada para brasileiros amadores em esqui!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Reveillon nas montanhas

A mais exótica virada de ano da minha vida.

Assim posso descrever como foi meu reveillon na Noruega, que foi no topo de uma montanha, nos arredores de Lillehammer.

Uma subida de cerca de 1 hora, com neve até nossos joelhos e apenas a luz de nossas lanternas foi recompensada pela magnífica vista dos fogos de artifício de toda a região e pelo calor da fogueira que nos espera lá em cima. Marshmellows, salchichas e champgne foram a nossa “ceia”. Com certeza um reveillon que irei lembrar para sempre!



Natal

Continuando os posts de fim de ano, conto agora meu natal norueguês em detalhes.

Dia 24, um dia depois do meu aniversário e Lillejuleaften (Pequena noite de natal, em tradução livre). Todos acordam e ainda vão atrás dos últimos presentes e preparativos para a ceia, que acontece por volta das 6h.

O middag (a principal refeição durante o dia, uma espécie de almoço bem atrasado que já fica servindo de jantar) foi servido cerca de 6h da tarde. O prato principal foi um porco assado com ameixas, bem parecido com a leitoa brasileira, mas sem a parte pururuca (aqui eles são bem preocupados com alimentos saudáveis, sem gordura, me fazendo, as vezes implorar por uma fatia de bacon ou simplesmente por um leite que não seja desnatado).

Durante a "ceia", o pai lê um texto do Evangelho do dia (apesar de só a mãe frequentar a igreja) e no final todos encerram cantando uma canção natalina.

Para a sobremesa, morangos na calda com creme. Uma tradição interessante é esconder uma amêndoa no meio do creme, e a pessoa que conseguir pega-lá é contemplada com um doce de Marzipan em forma de porco. Nesse caso, o sortudo foi meu irmão Ole Morten.


Essa tradição é bem forte e é possível encontrar na época do natal muitos diferentes tipos de porcos nos supermercados. Com diferentes formatos, cores e tamanho.

Acabamos de comer e já fomos abrir os presentes, pois como na casa não há nenhuma criança, não é preciso esperar até o bom velhinho, que por aqui é chamado de Jule Nisen (le-se Iule, J sempre com som de i) entregar os presentes.



Ao contrário de atacar a árvore, como vemos nos filmes americanos, cada um abre um pacote por vez, civilizadamente. Como a quantidade de presentes é bem grande, pois mesmo os familiares bem distantes mandam presentes. O hábito de dar presentes é muito forte aqui na Noruega. Recebi presentes até de tios da primeira família que tive bem pouco contato.



Acabamos de abrir os presentes, limpamos a sala dos inúmeros papéis no chão, tomamos um café, (nunca vi um povo depois dos brasileiros gostarem tanto de café, e o pior é que é totalmente sem açucar!) e já fomos para a cama, afinal o natal estava apenas começando...

No dia seguinte pegamos o carro e fomos para Bjouli, uma pequena vila a 300 km de Lillehammer. A cidade mais perto é Brøste, da onde vem o sobrenome do meu pai (Odd Sigmund Brøste).


vistamos alguns tios e tias e o avós que lá moram. Tive a oportunidade de praticar pela primeira vez Slalåm Ski, que é quase um Downhill, com a diferença que você vai fazendo curvas durante a descida. Essa modalidade é bem mais divertida que Cross-Country, pois não se cansa muito e é bem mais rápido, porém, com maior velocidade, os tombos são bem maiores também!



Motivação não é o ponto forte do departamento de turismo de Bjourli

Vikings Enlouquecidos

Não fiquem loucos, pois como diz meu companheiro blogueiro, Antonio Tabet, posts de férias são assim: demoram para chegar, mas quando chegam, veem aos bandos!

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Dentro de algumas horas, novidades virão!