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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Considerações a respeito de um intercâmbio

Provavelmente hoje será o último dia que postarei aqui (pois o Lauro volta na sexta ou sábado,só que amanhã não poderei postar).Então farei algumas considerações finais a respeito do que foi meu intercâmbio.

O intercâmbio é um evento na vida que muda ela totalmente, pois a pessoa que tem este privilégio consegue mudar sua visão de mundo, visão de vida.

Viver um ano em um país,seja ele qual for,é um fator que é benéfico tanto na vida pessoal como na profissional. Além disso, a pessoa tem a grande oportunidade de não só conhecer as pessoas do país onde fez o intercâmbio, como também de conhecer as pessoas de outros países que estão lá em intercâmbio.

É um ano que muitas pessoas chamam de férias, mas não chamaria desta maneira. Férias você está lá para relaxar, está só para visitar. O intercâmbio é muito mais que isso (MUIIITOOOO MAIS): você relaxa, mas também passa por dificuldades (e aprende a enfrentá-las,em uma situação bem difícil - estando em outro país); vive uma nova vida, tem que fazer novos amigos, se adaptar às novas famílias, à nova escola, à nova língua; passa um ano,por isso não simplesmente se visita um lugar, como também acaba conehcendo a fundo a essência do lugar.

É um ano que você fica meio louco...
Na Legolândia com minha "namorada" que já tava bem soltinhaaa...
Mas deve ser a alegria de estar em outro lugar, vivenciando tudo aquilo de uma vez.
Muitas pessoas perguntam: "Por que Dinamarca? Eles falam alemão pelo menos?" ou "Um ano não é muito?"...e a resposta é "Por que não Dinamarca? Eles falam dinamarquês,mas qual o problema?" e "Não,um ano é ótimo".
Como Diretor de Outbounds, já ouvi muito de pais e até mesmo futuros intercambistas que o filho(a) provavelmente perderia um ano porque :(a)não terá o ano escolar validado,(b)não aprenderá o inglês/alemão/chinês. Tento ao máximo explicar a estas pessoas que estes não são fatores decisivos para a escolha. Escolhi Europa sim, pelo fato de ser muito fácil viajar para outros lugares. Mas agora que já conheci Europa, senti que poderia ter ido para Indonésia, Tailândia ou Malásia. Isto porque ir à Europa é um pouco mais fácil do que ir para estes países asiáticos.
Vai do gosto de cada um,claro. Se a pessoa tem o sonho de ir à Europa, apoio totalmente. Só não apoio a escolha de um país pelo simples fato da língua ser de importância no mundo econômico.Este não é o intuito do intercâmbio.Quem conhece a filosofia, sabe muito bem do que estou falando.
No final do intercâmbio, a pessoa volta com aquela ânsia de conhecer muitos outros lugares, de se sentir mais próximo desse mundo que aos poucos fica tão pequeno.
Uma experiência pessoal incrível.E a todos os outbounds desejo que seja o mais prazeroso e educativo (no sentido de crescimento pessoal) possível.
Um ótimo intercâmbio para você, Lauro, e para todos outbounds que talvez estejam lendo isto.
Maurício Segoshi
Dinamarca 2005
Diretor de Outbounds do ROTEX

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

(uma foto de um almoço dinamarquês)


Este é o típico almoço dinamarquês.
Bom... aos adultos claro.
À esquerda temos o Akvavit,ou Snaps, que é uma bebida bem gostosa consumida ali na Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca (não sei se tem mais países). Do que é feito, não sei ao certo.
À direita temos o potinho de Sild (que se não me engano, é enguia em conserva) com mostarda. Só que este é sueco.
No meio temos o prato (ohhh!) com rugbrød (pão diferente) e o Sild com mostarda em cima.


Servidos?

Um almoço dinamarquês...almoço?

Antes de qualquer coisa, quero dizer que não está sendo muito fácil para mim postar no blog por causa das provas da faculdade.Mas não imagino que muitas pessoas acessem o blog do tão impopular Lauro.Haha!brincadeira

Mas vou falar um pouco da história da minha chegada.
Eu sai do Brasil à tarde e chegaria na Dinamarca às 9 da manhã. Aquela correria no aeroporto francês (por que no mapa tudo parecia tão perto e menos confuso?), e para me ajudar mais, a balconista (do balcão de informações) só me respondia em francês (mesmo eu perguntando em inglês). E por sorte, dois brasileiros estavam lá e me guiaram até o ponto do ônibus que deveria pegar (e tive que correr, pois o ônibus estava de saída e faltavam 20 minutos para o avião decolar).
Normalmente na recepção dos intercambistas, as pessoas estão com placas e é a maior festa. Quando eu cheguei, meu conselheiro e a mulher dele estavam naquele aeroporto vazio de Billund (perto da Legolândia), olharam para minha cara, e no mesmo instante me reconheceram (difícil encontrar um brasileiro que tem cara de japonês em um aeroporto tão pouco movimentado).
Eu saí como qualquer intercambista, vendo o pouco de neve e já se sentindo realizado, falando feito um doido (contando do Brasil, de como eram as coisas lá, sem eles ao menos perguntarem). E chegando na cidade onde eu estudaria (e futuramente moraria), meu conselheiro foi falando tudo o que tinha... e eu até pensei :"Nossa,que cidade grande.Vou me perder aqui". Bom, uma cidade de 9 mil habitantes foi meio fácil de conhecer depois de uma semana morando lá (e que facilmente consegue se ver tudo em 1 hora de carro).
Meu conselheiro se divertia falando os nomes das ruas que pareciam a coisa mais estranha do mundo... Markeledet,Bakkedraget,Fjord Alle,....como eu aprenderia essa língua?!?!?!
Mas então cheguei para o almoço.Eu estava morrendo de fome (não comia desde a janta 'farta' do avião) e aquele almoço veio a calhar.
Meu conselheiro tira pedaços de pão e coloca em uma cesta. Haviam 3 tipos de pães, presunto, queijo, manteiga, e mais alguma coisa que não me lembro, e o patê de fígado de boi. Pensei eu: "Hmm!Entrada!Que chique!!".
Comi duas fatias (com garfo e faca), esperando que o prato principal chegasse à mesa. Meu conselheiro perguntou se eu queria mais pão, e eu falei que não (esperando um arroz,uma batata,o que fosse!Algo tipico de almoço). Ele retirou as coisas da mesa e saiu.E eu fiquei com fome.


Curiosidade do dia: Falando em patê de porco, a criação de suínos na Dinamarca é muito extensa. De tão extensa que é, há mais porcos do que dinamarqueses nas terras vikings. E aí me lembro daquele livro "Animal Farm" de George Orwell ...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Um aniversário na Dinamarca

Olá caros leitores (se é que há algum) do blog do Lauro.
Eu, como já foi dito, sou o Maurício, o Diretor de Outbounds do Rotex SP. E como o Lauro vai odiar isso, mas eu não me importo, vou deixar o endereço do site do Rotex : http://www.rotex.com.br/

Enfim, eu pensei primeiro em fazer algo do tipo (começo/meio/fim do intercâmbio). Mas hoje é meu dia especial: Aniversário!
E há dois anos comemorava meu aniversário na Dinamarca,terra ali do ladinho da Noruega, que apesar de menor em questão territorial, é grandiosa em questão de influência e poder!Hahaha...a Dinamarca dá um couro na Noruega.

Mas o aniversário na Dinamarca é um pouco exótico. Eu já sábia o que esperar, porque presenciei esse "ritual" quando minha irmã da primeira família fez aniversário. É um ritual filha da mãe: Todos acordam mais cedo que você, e batem na sua porta cantando "I dag er (nome) fødselsdag, hurra hurra hurra..." e você pensa : "QUE P#### É ESSA?".
Aí quando eles abrem a porta, todos ainda de pijama, balançando bandeirinhas dinamarquesas pra lá e pra cá, e como se não bastasse a cantoria, as bandeirinhas balançando e a galera de pijama, eles sacam uma câmera e tiram a foto de você, com aquela cara de bunda e sono, pijama e com o cabelo que só sua família viu (mas que agora será revelado ao mundo através dessa foto).

E aí a melhor parte: Te enchem de presentes já logo de manhã!

Mas para ser sincero, o meu não foi bem assim. Eu já tinha acordado cedo (apesar de ter ido pra festa na noite anterior) porque todas as minhas famílias e conselheiro chegariam às 10.Então acordei às 9 para me arrumar. Só que ninguém acreditou que eu acordaria tão cedo, então não fizeram tudo isso pra mim. Só que na hora que saí, eu encontrei a minha irmãzinha, que me olhou com cara de assustada e mandou eu voltar pro quarto. Hehe então não foi tão surpresa assim.

A maior surpresa foi na mesa do café da manhã. Estávamos todos tranquilamente tomando o café da manhã, e meu conselheiro olhou pra bebida chamada "Gammel Dansk" (Velho Dinamarques),que tem 38% de álcool e um gosto horrível e falou : "Agora que você tem 18, pode beber o Gammel Dansk que nem um bom dinamarquês". E bom... eu já sabia que aquela bebida era horrível, mas todos me olhavam enquanto eu "degustava" aquela coisa...e se matavam de rir vendo que eu odiava aquilo. E aí minha mãe da terceira família (a que morava na época) me deu um copo de Bailey's para tirar o gosto ruim.
Aí imagino...o que leva uma pessoa a beber um copo de shot de uma bebida horrível e outra de uma boa...mas AMBAS ALCOÓLICAS LOGO ÀS 10 DA MANHÃ? Porque não era só eu...mas todos os adultos estavam tomando. E aí penso : eles são realmente vikings...

Curiosidade do dia: Segundo um rotariano, a palavra que significa "saúde"(na hora de beber) é "Skål"(que teria a pronúncia mais ou menos assim: skôll), que provém de "Skull"(crânio em inglês). Isso se deve pelo fato dos vikings beberem dos crânio dos seus inimigos vencidos. Macabro,não?