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quinta-feira, 21 de junho de 2007

A terra dos viquingues

A Noruega é, sem dúvida nenhuma, a terra dos viquinges. Durante aproximadamente 250 anos, os viquingues ganharam reputação de povo bárbaro. Os viquingues roubavam, matavam os homens e estupravam as mulheres em qualquer lugar que chegavam. Nenhuma cidade no litoral das ilhas britânicas, na Irlanda ou na França poderia sentir-se segura dos soldados vinquingues.



A época dos vinquinges, que começou com o saque de Lindisfarne em 793, não era apenas guerra e pilhagem. Durante a época, os vinquingues desenvolviram sua cultura: fizeram leis, melhoraram a produção agricultural e avançaram como sociedade.
Ademais, a época dos viquinges teve um papel histórico. Entre os líderes, condes e reis da época, várias pessoas tinham a ambição de criar um país. Pois foi nesta época que as primeiras tentativas de criar um estado norueguês foram feitas.


A era dos Viquingues (ca. 800 - 1050 A.D.)

A Era Viquingue marca o fim do período pré-histórico na Noruega. Não existem fontes escritas de conhecimento, por isso o que se sabe sobre este período baseia-se amplamente em achados arqueológicos. As Sagas também esclarecem alguma coisa sobre este período histórico. Apesar de terem sido escritas posteriormente, as Sagas baseavam-se em contos transmitidos oralmente de uma geração para outra. Vistas como um todo, revelam que a Era Viquingue foi, sem dúvida, o mais rico de todos os períodos pré-históricos no norte.
Muitos estudiosos consideram as pilhagens de 793 no mosteiro de Lindisfarne, ao largo da costa nordeste da Inglaterra, o princípio da Era Viquingue. Em partes do oeste e sudoeste da Europa, os Viquingues são ainda hoje considerados rufiões cruéis que, a ferro e fogo, semeavam a destruição na vida das suas vítimas. Isto é apenas parcialmente verdade. Os Viquingues também chegavam em missões de paz, para negociar e colonizar. Os viquingues noruegueses instalaram-se nas Ilhas Orkney, Shetlands e Hebrides, bem como na Ilha de Man. O continente norte da Escócia e Irlanda também lhes serviu de lar, e Dublim, cidade fundada pelos Viquingues na década de 40 do século IX, esteve sob governo nórdico até 1171.
Na Islândia e na Gronelândia, os Viquingues noruegueses encontraram terra não habitada. Aí se instalaram e construíram comunidades. A Islândia actual descende directamente da colonização viquingue. Na Gronelândia, porém, as comunidades extinguiram-se alguns séculos depois, por motivos ainda por esclarecer.
Os Viquingues construiam navios rápidos e de manobragem fácil para as suas muitas expedições. Eram navegadores hábeis em mar alto. Estes homens empreenderam duras viagens, repetidas inúmeras vezes até à América, e de regresso, um feito que faz testemunho das capacidades de navegação dos seus navios longos. As Sagas relatam que foi Leif Eriksson que descobriu «A Bela Terra do Vinho» no ano de 1001, mas os estudiosos de hoje alegam que outros Viquingues tinham chegado à América antes dele. A Era Viquingue culminou em 1066, quando o rei norueguês Harald, o Severo e os seus homens foram derrotados n Batalha de Stamford Bridge, em Inglaterra.
A Unificação da NoruegaAs regiões que mais tarde se tornaram na Noruega não se encontravam unificadas até ao século IX. No entanto, houve tentativas precoces de as juntar. Formaram-se dois grandes tipos de comunidade: as assembleias ou tings, organizadas à volta de um Allting central, e os reinos de menor dimensão.
Diversas razões deverão ter existido para esta situação ocorrer. Uma das principais era a necessidade que os agricultores tinham de paz e continuidade, em especial nas zonas costeiras, que eram repetidamente perturbadas por bandos que as pilhavam e pelos Viquingues que regressavam a casa. As zonas costeiras detinham riquezas substanciais na forma de bens roubados e comercializados. A salvo nos seus "tronos" estavam os Reis de territórios mais pequenos, que, graças aos parentescos gerados pelos casamentos mistos, eram um grupo coeso detentor de poder considerável.
Os reis de territórios mais pequenos na região de Viken – as zonas que rodeiam o Fiorde de Oslo, desempenharam um papel de relevo neste processo. O seu poder aumentava de forma constante conforme colocavam sob seu domínio distrito após distrito. Depois de uma batalha em Hafrsfjord, perto de Stavanger, presumivelmente desencadeada no ano de 872, o Rei Harald, o Louro fortaleceu a sua posição como governante de amplas zonas do país. O processo de unificação, contudo, continuou por diversas décadas mais, trazendo consigo duras lutas entre chefes guerreiros noruegueses, bem como os Noruegueses e os outros povos do norte. Por volta de 1060 o processo de unificação parecia estar concluído.


Os Exploradores Viquingues
Apesar de apenas alguns navios terem participado nos primeiros raides viquingues, o seu número aumentou gradualmente, sendo que estas frotas que rumaram para ocidente, em direcção a Inglaterra, Escócia, França e Irlanda, contavam com muitas centenas de barcos. Vieram como assaltantes e saqueadores, levando o terror às costas onde aportavam. Porém, também eram comerciantes e administradores. Fundaram cidades como Dublim e colónias como a Normandia, em França. De 879 a 920 colonizaram a Islândia, países que por sua vez se transformaram numa base para a colonização da Gronelândia.
Em 986, Eirik Thorvaldsson, nascido na Noruega e conhecido como Eirik, o Vermelho, explorou e colonizou a parte sudoeste da Gronelândia. Foi o seu filho, Leiv Eiriksson, que se tornou o primeiro Europeu a pisar as margens da América do Norte, bem como o primeiro explorador de origem norueguesa a quem hoje em dia é atribuído reconhecimento mundial.
A data e o lugar de nascimento de Leiv Eiriksson não foi definido com precisão, embora se pense que tenha crescido na Gronelândia. A Saga de Eric, o Vermelho relata que ele navegou em direcçãoà Noruega em 999, serviu o Rei Olavo Trygvasson durante algum tempo e foi enviado de regresso à Gronelândia um ano mais tarde, com o fim de levar o Cristianismo ao seu povo.
Existem duas escolas de pensamento quanto aos subsequentes cursos de acontecimentos. Uma delas defende que Eiriksson, a caminho da Gronelândia, foi afastado da rota e, por puro acaso, chegou à costa noroeste da América no ano 1000, quase 500 anos antes de Colombo. No entanto, de acordo com a Saga da Gronelândia, em geral considerada fidedigna, a descoberta de Eiriksson não se tratou de um acaso. A saga conta que ele equipou uma expedição e navegou para ocidente numa tentativa de reunir provas para as alegações que fizera o comerciante islandês Bjarni Herjulfsson. Em 986, Herjulfsson, arrastado muito para fora da sua rota por uma terrível tempestade entre a Islândia e a Gronelândia, relatara ter visto terra ligeiramente montanhosa e fortemente coberta de floresta bem para ocidente. Herjulfsson, embora se creia ter sido o primeiro Europeu a ver o continente norte-americano, nunca pisou esta costa. Leiv Eiriksson, encorajado pela conversa sobre potenciais descobertas da época e pela constante necessidade de terra para lavrar, comprou o barco de Bjarni e partiu na sua demanda de descoberta.
Aparentemente, terá seguido a rota de Bjarni ao contrário, aportando por três vezes. À primeira chamou Helluland, ou Terra das Pedras Achatadas, agora em geral considerada como tendo sido Labrador. A segunda foi Markland, ou Terra da Madeira, possivelmente Terra Nova. A localização exacta da terceira, que baptizaram como Vinland, é uma questão de controvérsia erudita, embora pudesse ter sido tão a norte como a Terra Nova ou tão a sul como Cape Cod, ou até mesmo além.Eiriksson e seus homens passaram o Inverno em Vinland, num lugar a que chamaram Leifsbud-ir, regressando à Gronelândia no ano seguinte, 1001.
Ficou nas mãos do irmão de Eiriksson, Thorvald, fazer a viagem seguinte até ao território recentemente descoberto, pois Leiv Eiriksson nunca de lá regressou. As subsequentes tentativas de colonização de Vinland foram mal-sucedidas devido a fortes atritos entre os colonos viquingues e os nativos norte-americanos.
Embora muitos ainda considerem Cristóvão Colombo o descobridor do Novo Mundo, o direito de Eiriksson a este título recebeu o selo de aprovação official dos EUA quando, em 1964, o Presidente Lyndon B. Johnson, apoiado pelo Congresso em unanimidade, proclamou o dia 9 de Outubro como o «Dia de Leif Ericson» em comemoração da primeira chegada de um Europeu a solo norte-americano.


Armas e armadura

Pelas leis dos viquingues todos os homens eram obrigados a ter uma arma e um escudo. Há vários mitos sobre os costumes de guerra dos viquingues. O mais conhecido é que os vinquingues usavam capacetes com chifres.

Obviamente isso é uma grande mentira. Na verdade, os soldados viquingues não tinham nem capacetes, isso era privilégio dos chefes e reis da época. O mito dos chifres vem da ópera romântica do alemão Wagner, Der Ring des Nibelungen. No espectáculo, os viquingues usaram os chifres para parecer mais perigosos pois assim intimidariam ainda mais os seus inimigos.


AS ARMAS
O soldado vinquingue não tinha espada. As armas mais frequentes entre os soldados eram machados e lanças. As crianças viquingues aprendiam a brigar bem cedo, sendo assim, usavam as armas que cada casa possuia.
Os que usavam lanças normalmente tinham duas: uma para atirar nos inimigos e uma para lutas corpo-a-corpo. Esse tipo de arma era o mais usado entre os viquingues mais pobres. Junto com as lanças traziam punhais para usar se a luta realmente passasse a ser dura.
Lanças e uma espada
No continente europeu o machado era o símbolo dos vinquingues. Quem via um homem correndo com um machado levantado acima da cabeça já sabia que era hora de fugir correndo. Na Europa o machado tinha sumido como arma de guerra, mas os vinquingues o usavam tanto como arma quanto como ferramenta. Na batalha, assim como era com as lanças, muitos soldados também tinham dois machados: um para antigir os inimigos e um para as lutas corpo-a-corpo.
Machado da era viquingue
O arco e a flecha faziam parte da vida do viquingue, não só em guerra, mas também para divitirem-se com os amigos. Foi usado para esportes e como arma preferida por muitos soldados nos ataques na Europa.
As espadas eram símbolos de poder e riqueza. Somente os chefes e reis vinquingues possuíam espadas. Tinham grande orgulho delas e até acreditavam que eram objetos de poder mágico. As espadas tinham nomes e eram passadas aos filhos quando o dono falecia.
Os arqueólogos têm encontradas mais de 2000 espadas da era vinquinge na Noruega. Foram catalogadas mais de vinte tipos de espadas, sendo de vários produtores na Europa e na Escandinávia.
Duas espadas encontradas na Noruega


ARMADURA
O soldado vinquinque tinha apenas seu escudo e suas roupas como armadura. Alguns mais privilegiados tinha roupas de couro que melhor os protegiam. Os escudos normalmente eram feitos de madeira arredondada com uma protuberância de ferro no meio para proteger a mão.
No entanto, os chefes e reis tinham armaduras bonitas, um capecete de ferro que protegia a cabeça e o nariz. Normalmente usavam armaduras de malha que eram pintadas de branco. A fontes históricas desses fatos vêm dos túmulos dos grandes vinquingues que levaram consigo suas armaduras ao túmulo




textos de Thomas Haugvaldstad extraídos do site www.noruega.org.br