É o final. Depois de um ano na Noruega, a saga de Lauro Borges no país dos vikings e ursos polares chega ao fim.
Lembro de uma viagem de férias onde fomos para Natal, e um avião lotado de escandinavos, altos, loiros, falando uma língua totalmente incompreensível desembarcou no saguão do hotel. E me fez pensar como o mundo era um lugar grande, com pessoas tão diferentes e estranhas, e ficava imaginando do lugar em que eles vinham. E eles vinham da Noruega.
A mesma Noruega em que estou neste momento, escrevendo este post, sem conseguir dormir e me recuperando das despedidas que toda final de viagem faz a gente passar (e eu descobri como sou ruim para despedidas, ruim mesmo).
A Noruega das montanhas intermináveis de neve, mas também a Noruega de primaveras e Verões quentes, com frutas e flores em todas as árvores.
A Noruega dos Fiordes, aurora boreal, alces, contos de fada, bacalhau, vida ao ar livre, pessoas de todos (todos mesmo) os tipos, e muitas outras coisas que vocês acompanharam durante o blog.
Mas principalmente a Noruega em que moram, três famílias e um senhor: Gallefoss, Brøste e Angvik e Anton Beck.
Pessoas estas que eu convivi aqui e fizeram desse ano, um ano incomum na minha vida, onde as coisas que aprendi, fiz, vivenciei serão carregadas comigo pelo resto da minha vida.
Quem se refere aos europeus como um povo frio e sem sentimento, com certeza não conviveu com os noruegueses, ou com as famílias que aqui morei. Até agora não entendo como pessoas que fazem menos de um ano que me conhecem e moram no freezer do mundo (como diz minha irmã Marianne) poderiam fazer tanto por mim como fizeram e serem tão calorosas. Saí do Brasil com um pai e uma mãe. Volto com quatro pais e quatro mães. Poderia até mudar meu nome para Lauro Gallefoss Brøste Angvik Borges Filho. E com um avô a mais, Anton Beck. Chama-los de amigo e pouco. É família mesmo.
Também para quem nunca teve irmão nem irmãs, sempre acostumado com a privacidade e a vida sossegada, sem ninguém para “pentelhar” ou conversar quando precisar, foi uma experiência bastante diferente. Não sei se todos eles gostaram da experiência e tem o mesmo sentimento que tenho por eles, afinal jovens são jovens. Pode ser que para alguns deles eu era somente um estranho passageiro que dividiria o mesmo teto e sentaria na mesa para as refeições e iria embora dentro de alguns meses provavelmente sem nunca mais vê-los. Não sei.
Mas para mim, tenho um grande sentimento por todos e não esquecerei tão fácil deles.
O mais fantástico do intercâmbio não é viajar para um outro país. Na minha opinião, a melhor coisa é ver como as pessoas são diferentes uma das outras e celebrar toda essa diferença. O centro do universo não é a praça Joaquim José como meu pai gostaria que fosse. O centro do universo é o planeta Terra, onde é possível encontrar pessoas e culturas tão diferentes mas ao mesmo tempo tão iguais.
Viver um ano fora do Brasil também me fez dar valor em todas as coisas que antes nunca tinha pensado ou considerado antes. Como diz o jornalista José Roberto Torero, ao ver imagens ou falar do meu Brasil aqui, parecia mesmo que nosso céu tem mais estrelas e nossos campos mais flores. Vocês não sabem como é bom ser brasileiro no exterior.
Melhor ainda é ser um brasileiro aberto, disposto a descobrir cheiros, cores, sabores, músicas diferentes. Não ser uma pessoa fútil, pobre de espírito, ignorante. Infelizmente convivi com intercâmbistas assim durante o período em que estive aqui e acho triste que jovens podem ser (ou agir) desse modo. Acho que a vida é curta demais para se satisfazer com prazeres superficiais.
Termino o texto com uma canção que resume bem meu ano aqui e agradeço todos que tiveram a paciência de me acompanhar e escrever comentários sobre minhas publicações nessa tribuna (mesmo que 90% tiveram a influência do meu pai para visitar o blog).
Não digo adeus ao blog, poderei postar alguma coisa futuramente contando minha chegado ao Brasil e minha readaptação, mas acredito que os posts deixarão de ser regulares (coisa que não faz a mínima diferença, pois nunca foram mesmo).
Enfim, obrigado a todos. Obrigado Noruega.
Lauro Gallefoss Brøste Angvik Borges Filho
quarta-feira, 30 de julho de 2008
The end is near
Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 20:00
sábado, 12 de julho de 2008
Cheguei de viagem!
Depois de três semanas longe do blog aqui estou eu novamente para atualizar essa tribuna de nobres leitores.
O bacalhau já assou e saiu do forno quentinho!
VIAGEM DE AVIÃO:
No caminho para Bodø, foi inacreditável ver o tanto de neve que ainda tem na Noruega em pleno Junho (verão aqui) no topo das montanhas. Teve período que o avião voou durante 20 minutos sobre um oceano branco lá em baixo.
BODØ:Lá em Bodø moramos com um casal rotariano muito simpático, em que a esposa é nepalesa e o marido morou em Portugal durante um período e fala um português de Portugal com sotaque norueguês. Bem engraçado!
LOFOTEN VEGG:
Já no navio, era possível avistar a Lofoten vegg (parede de Lofoten). Uma cadeia de montanhas altíssimas com neve no topo e muito extensa em que os turistas ingleses descreveram como SPECTACULAR! (com sotaque bem carregado)
LOFOTEN:
Vilas que tem como base da economia a pesca (principalmente o bacalhau), praias do estilo caribenhas em pleno norte da Escandinávia, montanhas que brotam do meio do mar são algum dos atrativos do arquipélago. No caminho de volta, folhando uma revista da National Geographic no navio vim a descobrir que Lofoten consta como um dos 100 destinos que todo mundo devia visitar antes de morrer.
MAGIC ICE:
Em Svolvær, principal cidade de Lofoten, fomos no Magic Ice, um museu de esculturas de gelo. E no final, um brinde no bar gelado. Lá a única coisa que não é de gelo são as garrafas de vidro.
TEMPO:
Totalmente ínstavel. Só faltou nevar nos dias que eu estava lá.
SOUVENIER:
Eu na Noruega vim a descobrir o quanto eu adoro gastar dinheiro comprando bugigangas que só turista compra. Loja de souvenier é uma tentação para mim. Só não sei se vai ter espaço suficiente na mala quanto eu viajar de volta.
PRAIA:
Uma coisa que geralmente não são muitos no mundo que fizeram: Pegar uma prainha em pleno Mar Ártico. Enquanto Ragnar e Ståle se protegiam do forte vento com luvas e gorros, lá estava eu de bermuda curtindo a maresia! Depois disso, qualquer praia no mundo é como uma jacuzzi borbulhando de fervura.
HURTIGRUTA:
Hurtigruta é um famoso navio que faz viageen de Bergen até Kirkenes, passando pelos Fiordes até na fronteira com a Rússia, com partidas diárias ao longo de toda a costa norueguesa. O navio é cheio de aposentados, na maioria alemães. Fizemos apenas um trecho da viagem, de Stamsund até Kristiansund e, por isso, não alugamos uma cabine. Nós "acampamos" no salão do navio por quase dois dias. O único problema é que não era permitido dormir no salão. Mas nada que um par de óculos escuros durante a noite não resolvesse!
CÍRCULO POLAR ÁRTICO:
Cruzei e ainda ganhei um diploma assinado pela marinha norueguesa atestando o feito. Tudo isso feito na Festa de passagem do círculo polar no navio, onde o comandante entrega os diplomas, fazendo a alegria dos turistas (incluindo eu)!
SOL DA MEIA NOITE:
Deixamos Lofoten sem ver o sol da meia-noite porque o tempo não colaborou. Se a esperança é a última que morre, nesse caso ela já estava decomposta. Mas em alto mar, no navio, plutselig (palavra norueguesa que significa derrepente e eu acho que soa tão engraçado), o céu se abriu de uma forma milagrosa (não levem tão a sério os adjetivos que escrevo aqui) e lá estava o sol, brilhando majestoso as 23h55 da noite. SPECTACULAR!
KRISTIANSUND E ANGVIK:
Chegamos em Kristiansund e fomos para Angvik, onde meu pai tem uma casa de verão e lá ficamos por duas semanas, onde pesquei bacalhau (sim, novamente!), tomei sol (estou tão bronzeado como se estivesse em Copacabana), andei de Ski Aquático (agora posso falar que já provei todos os tipos de esquis existentes), dirigi a lancha da família, nadei no Fjord e muitas outras coisas. It's Summertime!
GEIRANGERFJORD:
O ponto alto da viagem foi na Quarta-feita quando fomos para o Fjord Geiranger, meu lugar favorito na Noruega. O lugar é de tanta beleza que quando você chega lá, não tem vontade (e não consegue) falar nada. Apenas admirar a paisagem e pensar o tanto que você é sortudo de estar naquele lugar e vivenciar tudo aquilo!
KAROLINE:
Karol, minha irmã que esteve no Brasil durante um ano, em Teresina está de volta na Noruega e ontem tivemos uma festa de Boas-Vindas para ela. Falando bom português, com sotaque do nordeste, essa norueguesa é kjempesøt!
Tendo como exemplo outros intercambistas aqui em Lillehammer, só posso agradecer as famílias que convivi aqui na Noruega. Sem dúvida amigos que irei ter para sempre. Nesses últimos dias aqui todos querem estar comigo, organizando coisas para mim, me dando presentes e ameaçando de dar um sumiço no meu passaporte! Aquele papo de que europeu é frio e sem sentimentos é pura lorota aqui na Noruega! Não quero ver quando chegar a hora de ir embora!
Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 17:24
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Rumo ao norte!
Caros leitores, ficarei ausente por três semanas devido a uma viagem a Lofoten e Bødo, no norte da Noruega.
Iremos passar o circulo polar ártico para (tentar) ver o famoso sol da meia noite e curtir as paisagen de lá!Depois de lá, embarcaremos em um cruzeiro de dois dias até Trondheim, onde de lá viajamos para Angvik novamente.
Depois das três semanas, posto algumas fotos por aqui!
abraços a todos
Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 19:24
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Serviço de utilidade pública


Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 18:54
Suécia


Agora na Suécia...

Eu nos dois países ao mesmo tempo...

... e de volta na Noruega



Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 17:51
terça-feira, 17 de junho de 2008
Blue man group
Em Berlin, fui conferir de perto o show do famoso Blue Man Group, que esteve no Brasil no ano passado.Suas apresentações são focadas em um trio de atores mudos, chamados Blue Men, que se apresentam com os rostos pintados de azul, além de luvas também azuis e roupas de cor preta.
As apresentações do Blue Man Group incorporam rock, com ênfase em percussão, participação do público, iluminação sofisticada e humor.
Nas primeiras fileiras, membros da platéia são equipados com capas de plástico para protegê-los de várias substâncias que são jogadas, ejetadas ou pulverizadas do palco, como comida, tintas, etc. As apresentações tem temas familiares, humorísticos, energéticos e freqüentemente satirizam a vida moderna. Muito humor também faz parte do show, como ao interromperem a apresentação para ridicularizar os que chegam atrasados, por exemplo.
Um casal chegou 10 minutos após o começo do show e duas sirenes vermelhas aparecem no palco e um canhão de luz com direito a camera de video filmando e enviando tudo para o telão no centro do palco. Ainda bem que não fui eu!
O preço do ingresso não é barato, mas com certeza valeu cada centavo investido e iria de novo se tivesse a oportunidade.
No final do show, ao sair da sala, você e surpeendido pelos três integrantes no hall de espera do teatro, onde todos tiram fotos e se divertem tentando arrancar alguma palavra (em vão) dos atores.
Abaixo seguem tres vídeos que eu achei no YouTube que mostram partes do show:
Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 09:20
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Férias e Suécia
Hoje foi praticamente meu último dia na escola, pois vou viajar amanhã para Suécia e volto no domingo.
Semana que vem teremos somente a cerimônia de entrega dos diplomas na quinta, onde eu e os outros intercambistas em Lillehammer irão se formar junto com a terceira classe (apesar de termos frequentado o segundo ano).
Ou seja, teremos formatura e diplomas do segundo grau daqui!
Pois é...parece que eu sobrevivi na escola norueguesa durante um ano. Para quem chegou sei falar nada, até que não me sai tão mal!
Na Suécia, vamos aproveitar para fazer compras, pois os preços são muito inferiores aos daqui. Muitos noruegueses fazem essa viagem de fim de semana somente para fazer compras na Suécia, pois realmente compensa. E os que moram bem perto da fronteira até abastecem seus carros no país vizinho. Tor Marius disse que irá abastecer seu armário de chocolates e doces. Ståle reforçará o estoque de carne e cerveja. E eu vou aumentar minha coleção de souvenirs!
Será que a rainha Silvia, que é brasileira por parte de mãe e ainda tem muitos laços com o Brasil, estará me esperando? Convite oficial do palácio eu já recebi, como vocês podem ver abaixo:

Em tempo: Dias desses, recebo um telefone do Zé Pedro, também conhecido como Tibúrcio pelas esquinas de Sanja. A conversa, apesar de rápida foi muito boa para matar a saudade!
Grande abraço Zé, Elizana e Matheus e tia Áurea!
Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 18:38
terça-feira, 10 de junho de 2008
Celebridades (3)
Em Paris, durante o Europatour, numa passeio noturno pelas ruas da capital francesa, vejam só quem encontro:

Postado com muita preguiça por Lauro Borges Filho às 18:51